Não fosse a foto ao lado, muitos achariam que este perfil seria de uma Procuradora de origem asiática. Mas Marta Blom Chen Yen é natural de Porto Alegre e sua “versão” chinesa, na verdade, veio após o casamento.
Poderíamos dizer que William Chen Yen foi a primeira “conquista” que o Direito trouxe para a vida de Marta. Ela explica. “Antigamente o vestibular durava vários dias. Ele era fiscal de uma outra sala, mas sempre ficava me olhando quando passava pela sala em que eu estava. Depois veio conversar comigo e achei ele interessante. Namoramos dez anos até o casamento”.
Assumidamente pragmática, aos quinze anos de idade já sabia que queria cursar Direito. “Sempre adorei psicologia, mas via que o Direito tinha mais caminhos, mais oportunidades”. E essa escolha trouxe outras conquistas: as várias amizades que surgiram ainda na faculdade e duram até hoje.
Conheceu a carreira de Procurador do DF após os amigos Ludmila Galvão, atual Procuradora-Geral do DF, e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, Ministro do TSE, serem aprovados em 1996 no concurso da PGDF. “Tomei posse em 1999 junto com a Karla Motta e a Ana Maria Isar, minhas companheiras de estudos e de vida”, faz questão de dizer.
A Subprocuradora-Geral do DF atua na área fiscal desde quando tomou posse na Procuradoria. Seu lado “prático”, como ela mesmo menciona, a fez ser convidada para organizar os Núcleos de Execuções Fiscais e o de Recursos Repetitivos da antiga Procuradoria Fiscal, atual PGFAZ. “Eu gosto de ver as pessoas crescendo e felizes por estarem produzindo, isso me deixa bem realizada e preenchida”.
Após alguns anos de carreira, a Psicologia voltou a despertar o interesse da Subprocuradora-Geral do DF. “Uma pessoa muito importante nessa minha descoberta foi a Maria Wilma, que já se aposentou. Ela me dava dicas e me indicava livros de psicologia e, como sempre tive interesse no tema, comecei a me dedicar ao autoconhecimento”, diz.
Marta agora faz parte de um grupo conhecido como Pathwork, que é o caminho do autoconhecimento: “Começamos a vida tendo certeza de tudo, mas chega um momento da em que percebemos que não era nada do que a gente pensava… Tem até uma frase de Luis Fernando Veríssimo que fala: ‘Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas’”.
Pragmática também fora da área acadêmica, uma das resoluções de Marta para 2019 já cumprida foi aprender crochê. “Eu não tinha nenhuma habilidade manual e eu queria criar alguma coisa, mas que fosse prática. Aí conheci o crochê e gostei. A gente pega um fio e transforma em algo útil, além dos itens serem lindos!”, destaca.
Mãe de Nicholas (14) e Sabrina (12) e dedicada à família, Marta tem compromisso marcado para todas as sextas-feiras, às 18h, quando se reúne com a sua mãe e as suas duas irmãs para conversar e tomar chimarrão, como boa gaúcha. O encontro foi até carinhosamente apelidado de “máfia” pelo marido de Marta. E, aos domingos, o trio de irmãs se junta ao caçula temporão, João Felipe, para um almoço na casa da matriarca, Elisabeth.